O Fantástico deste domingo expôs ao Brasil a realidade vergonhosa de Bom Jardim (MA), cidade comandada pela prefeita Cristiane Varão. Mesmo após receber mais de R$ 650 milhões para a educação nos últimos 13 anos, o município mantém escolas em ruínas, funcionando em antigas igrejinhas, casas de moradores e até em espaços que lembram mais mausoléus do que ambientes de aprendizado.

O programa mostrou crianças tendo aulas em locais improvisados, sem banheiro adequado, sem água de qualidade e sem estrutura mínima para estudar. Professores se desdobram para atender turmas multisseriadas em condições precárias, enquanto prédios de alvenaria que deveriam ser escolas estão abandonados há mais de uma década.

Bom Jardim, que já foi alvo de escândalos de corrupção envolvendo ex-gestores, volta a ser manchete nacional como exemplo de má gestão e descaso. A pergunta é inevitável: como um município que recebeu tantos recursos ainda permite que suas crianças estudem em condições tão indignas?

O Fantástico mostrou o problema. Agora, cabe aos órgãos de fiscalização e à própria sociedade cobrarem transparência, auditoria completa nas contas da educação e responsabilização. O povo não precisa de novas promessas precisa apenas do óbvio: que o dinheiro da educação seja usado para educar.